quarta-feira, 30 de março de 2011

Eu sou o que não sou

Eu sou o que não sou

Várias vezes durante o dia e a noite vejo-me em situações estranhas e esquisitas quando então assumo uma outra personalidade diferente de mim, um outro eu, com novos caracteres diversificados, uma outra identidade, uma outra alteridade, uma vivência alheia a mim próprio.
Sou então uma alienação em pessoa.
Tenho pensamentos fora de mim, sentimentos alheios ao meu eu, comportamentos que me revelam uma outra pessoa que está dentro de mim.
São instantes que me mostram o meu estado de inconsciência, irrealidade e irracionalidade experimentados simultaneamente.
Estou pois dentro e fora de mim ao mesmo tempo.
Eu sou o que não sou.
Sou sem ser.
Estou sem estar.
Vivo sem viver.
Experimento sem experimentar.
Sinto sem sentir.
Eu de fato um verdadeiro alienado, com outra identidade e nova alteridade em mim mesmo, dentro e fora de mim.
Penso sem pensar. Sou sem ser. Existo sem existir.
Porque vivo uma outra vida diferente da minha.
Fora do meu eu sou um outro, um outro ser, uma outra pessoa, um outro pensamento, uma outra consciência, uma outra existência, uma outra experiência de vida.
Percebo facilmente isso quando estou violento, sou mau com as pessoas, entro em conflito com elas, perco a cabeça e as agrido, sendo cruel com elas, contrariando-as e contradizendo-as, espalhando divisão e mau-estar no ambiente onde eu vivo e me relaciono com as pessoas, excluindo-as e marginalizando-as.
Nesses momentos, estou ausente de mim mesmo, sinto falta do meu eu.
Vivo uma outra pessoa diferente, contrária e contraditória, negando-me a mim próprio.
Vivo uma contradição em pessoa. Sou alienação.
Todavia, quando retorno à prática do bem e da bondade e à vivência da paz e da concórdia, enfim, quando regresso a Deus, o Senhor, então eu me reencontro, volto a mim mesmo, acho o meu eu, antes perdido dentro e fora de mim mesmo.
Passado o período de alienação do meu eu e de contradição de mim mesmo, volto ao meu ser, reencontro a minha essência, regresso a minha substância pessoal própria.
Então, eu volto a ser eu.
Tenho consciência do meu retorno a mim mesmo.
Esse processo de conscientização de mim próprio é importante para a minha paz interior e para eu estar de bem com a vida.
Obrigado, Senhor, porque eu voltei ao que era antes.

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